quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Anelídeos

Anatomia e Fisiologia

O filo annelida é constituído aproximadamente de 8700 espécies, agrupadas em três classes: Polychaeta, Oligochaeta e Hirudinea e é constituído por organismos que apresentam corpo mais ou menos cilíndrico e alongado. A grande diferença entre os vermes anelídeos e os outros vermes estudados é a organização, do corpo nos primeiros, em segmentos ou anéis,  que se repetem no sentido do comprimento do animal. Cada um dos segmentos ou anéis que constituem o corpo dos anelídeos é chamado metâmero. A metamerização geralmente se evidencia tanto nos aspectos internos com no externos, incluindo músculos, nervos, sistemas circulatórios, excretor e reprodutor.
A maioria dos anelídeos apresentam o corpo vermiforme; ao longo deste há pequenas cerdas de natureza quitinosa e de distribuição característica nas classes onde elas ocorrem; estas cerdas são elementos auxiliares na locomoção do animais.
O sistema nervoso é constituído por uma cadeia nervosa ganglionar e ventral formada por um anel nervoso anterior e um par de gânglios nervosos para cada segmento do corpo de onde partem ramificações nervosas para as diferentes partes do organismo.
O sistema sensorial é pouco desenvolvido; raramente são encontrados órgãos visuais; na maioria dos representantes existem apenas células sensoriais difusas.
O tubo digestivo dos anelídeos é completo: iniciado pela boca; depois a faringe, que se comunica com o esôfago; depois o intestino e depois o intestino terminal que geralmente é curto.
O sistema digestivo da minhoca é completo, isto é, possui duas aberturas. a boca e o ânus. A boca, localizada no primeiro segmento da região anterior, abre-se sob um lábio musculoso, o prostômio, à boca segue-se uma faringe curta, ligada à parede do corpo por muitos feixes musculares. Após a faringe encontra-se a moela que é uma porção dilatada do tubo digestivo; a moela é muito musculosa e sua função é, graças às contrações de suas paredes, triturar o alimento que por ali passa. A dieta alimentar da minhoca consiste em detritos vegetais em decomposição e pequenos microorganismos. 0 alimento juntamente com a terra é  ingerido graças à sucção provocada pela contração dos músculos da faringe. Na moela, ocorre a digestão mecânica do alimento. As contrações da moela atritam partículas de terra contra o alimento, o qual, dessa forma, fica finamente fragmentado. Após a triturarão na moela, o alimento passa para o intestino, onde enzimas digestivas são secretadas .A digestão ocorre extracelularmente. Após a digestão extracelular, o alimento é absorvido. No intestino de Pheretima, mais ou menos na altura do trigésimo segmento, existem duas expansões laterais: os cecos intestinais. No intestino, na porção que continua por trás dos cecos, existe uma prega longitudinal interna, o tiflossole .Ambas as estruturas,  cecos e tiflossole, têm o mesmo significado funcional: aumentar a superfície de contato com o alimento digerido, fornecendo assim uma maior superfície de absorção. Os restos não aproveitados são eliminados pelo ânus.
O sistema excretor dos anelídeos é constituído por metanefrídeos, distribuídos aos pares em cada segmento; estes canais começam dentro de uma câmara celômica.
O sistema circulatório dos anelídeos é diferente do encontrado nos moluscos. Nos moluscos, o sangue abandona os vasos e cai em lacunas dos tecidos, sendo por isso chamado sistema circulatório aberto. Nos anelídeos o sangue circula sempre dentro dos vasos, sendo um sistema circulatório fechado.
O sistema circulatório dos anelídeos é totalmente separado da cavidade do corpo e consiste principalmente em dois vasos sangüíneos longitudinais; o vaso dorsal é contrátil; pode ocorrer o desenvolvimento de mais vasos tanto longitudinais como transversais, o que torna o sistema circulatório mais complexo.
O sistema circulatório da minhoca &sbquo composto por dois grandes vasos que percorrem o animal no sentido do comprimento; um sobre o intestino, o vaso dorsal e um abaixo do intestino, o vaso ventral. Existe também um vaso longitudinal menor que estes dois, que corre ventralmente ao sistema nervoso e é chamado de vaso subneural. Os vasos longitudinais ligam-se entre si através de 4 grandes vasos circulares situados um antes, um sobre e dois depois da moela. Esses vasos circulares possuem elevada capacidade de contração e funcionam como "corações&rdquo, que impulsionam o sangue pelo sistema circulatório.
A respiração dos vermes segmentados é branquial ou cutânea; as brânquias são órgãos de forma variável, servindo para retirar o oxigênio e eliminar o gás carbônico nos anelídeos de vida aquática; nos de vida terrestre as trocas gasosas ocorrem diretamente através da pele.
Em relação ao habitat dos anelídeos podem ser aquáticos, marinhos ou de água doce e terrestres vivendo em lugares sombrios, debaixo de pedras e folhas ou escavando galerias no solo, onde passam a viver. Alguns anelídeos são de importância econômica, como o caso das minhocas, que são usadas como iscas para a pesca.
A classe Polychaeta é formada de organismos com o corpo alongado e cilíndrico com segmentações externa e interna bem nítida.
A classe Oligochaeta é formada de organismos com o corpo alongado e cilíndrico, com segmentações externa e interna bem nítida.
Na classe Oligochaeta estão agrupados organismos de corpo alongado e fino. 0 nome da classe deve-se ao fato de existirem, nos seus representantes, poucos apêndices ou cerdas no corpo. (oligos = pouco e chaete = cerdas). As minhocas comuns são animais terrestres e um gênero bastante encontrado no Brasil é Pheretima, cujo tamanho é cerca de 10 cm de comprimento. Lumbricus é um gênero muito freqüente na Europa e América do Norte e mede cerca de 30 cm de comprimento. Megascolecides australis &sbquo uma minhoca que vive em regiões tropicais, principalmente na Austrália e pode medir mais de 2 metros de comprimento.
Descreveremos, neste capítulo, a anatomia e fisiologia da minhoca Pheretima, encontrada facilmente na terra em lugares úmidos.
Observando extremamente um animal adulto, podemos perceber que seu corpo &sbquo formado por 85 a 95 segmentos, todos aproximadamente do mesmo tamanho. Se numerarmos os segmentos a partir da região anterior, notaremos que, ocupando os segmentos de número 14,15 e 16, existe uma região mais dilatada e mais clara que o resto do corpo, o clitelo. A face superior do animal é normalmente mais escura que a face inferior.
No primeiro segmento localiza-se a boca e, no último, abre-se o ânus. Externamente, a minhoca é revestida por uma cutícula abaixo da qual esta a epiderme formada por uma camada de células. Abaixo da epiderme encontrasse a musculatura do animal. A camada muscular mais externa é circular ao corpo e a camada muscular mais interna é mais espessa que a circular, com fibras dispostas no sentido longitudinal. Abaixo da camada muscular longitudinal, revestindo a  cavidade celomática do corpo, encontra-se um epitélio fino, de origem mesodérmica, o peritônio.
A locomoção da minhoca faz-se através da  contração dos músculos circulares e longitudinais e graças à presença do fluido celomático, que preenche os metâmeros. e serve de esqueleto hidrostático. Auxiliando os movimentos da minhoca existe, ao lado de cada metâmero (com exceção do primeiro e do último) um par de cerdas quitinosas . Essas cerdas, quando o segmento esta distendido, são recolhidas. No entanto, quando o segmento esta  contraído, as cerdas eriçam-se. Como o deslocamento é efetuado graças as distensões e contrações que se propagam do primeiro ao último segmento, as cerdas eriçam-se e recolhem-se alternadamente, apoiando-se as saliências do terreno e auxiliando a locomoção.
Cada segmento da minhoca, com exceção dos 3 primeiros e do  último, têm pares de estruturas enoveladas, os nefrídios. 0 nefrídio consiste de um funil ciliado chamado nefróstoma; a este segue-se um túbulo fino que se ramifica e, na última porção volta a ser único, alargando-se e formando a vesícula, que se abre ou para o exterior ou para o intestino pelo poro excretor ou nefridióporo.
Os nefrídios retiram produtos de excreção (amônia, uréia) do líquido celomático e do sangue. Os excretas do fluido celomático são retirados pelo nefróstoma graças ao batimento dos cílios. O túbulo nefridial é circundado por capilares sangüíneos, dos quais retiram os excretas do sangue e os eliminam pelo nefridiopóro.
A classe Hirudinea é formada de organismos com o corpo de forma achatada e segmentado, porém a segmentação externa não corresponde à interna; a maior parte das estrias que limitam externamente os anéis são sulcos superficiais; os limites de cada segmento interno podem ser percebidos na face dorsal em virtude da existência das chamadas papilas segmentares.
Uma das características anatômica e funcionalmente importante é a presença de segmentação do corpo. A segmentação é a presença de constricções transversais sucessivas, no corpo, os segmentos. A segmentação pode ser de dois tipos: superficial e metamérica.
A segmentação superficial acontece apenas na ectoderme, atingindo, portanto, somente a parede do corpo.
O outro tipo de segmentação, a metamérica, tem origem na mesoderme e não atinge só esta como também muitas partes da ectoderme.

Diversidade e Ecologia

Os anelídeos podem viver em ambientes aquáticos (de água doce ou salgada) e terrestres. Os oligoquetos tem poucas cerdas, os poliquetos tem muitas cerdas implantadas nos parapódios e os hirudíneos não tem cerdas. Os poliquetos podem viver fixos ou explorar o ambiente à procura de alimentos. Os hirudíneos (sanguessugas) possuem ventosas para fixação e alimentam-se de sangue.
Os oligoquetos vivem em ambientes aquáticos, principalmente de água doce ou na terra. Os vermes terrestres necessitam habitar lugares úmidos, pois sua respiração é feita por difusão de gases pela epiderme, que necessita estar sempre úmida para permitir a entrada dos gases para os capilares sangüíneos da parede do corpo. Muitos oligoquetos aquáticos vivem nas margens de rios e lagos de águas limpas. Outros, como Tubifex, vivem fixos ao fundo de lagos e rios de  águas poluídas, alimentando-se dos detritos orgânicos poluentes.

Reprodução dos anelídeos

A reprodução dos anelídeos pode ser por assexuada por bipartição ou brotamento, mas a maioria apresenta reprodução sexuada por fecundação cruzada.
Os anelídeos podem ser monóicos (oligoquetos e hirudíneos) ou dióicos (a maioria dos poliquetos). O desenvolvimento é direto em oligoquetos e hirudíneos e indireto nos poliquetos, que apresentam uma forma larval ciliada, a trocófora.
A minhoca é monóica. Externamente podemos notar na face inferior, 3 pares de orifícios nos segmentos de números 6, 7 e 8. Cada orifício abre-se, internamente, para um receptáculo seminal. Na região do clitelo existe um par de orifícios, os poros genitais femininos. Cada um deles abre-se, internamente, para um oviduto em forma de funil. Na altura do 189 segmento existe ainda um par de orifícios. Cada orifício é abertura do duto deferente.
O aparelho reprodutor feminino é composto por um par de ovários. Próximo aos ovários existem dois ovidutos em forma de funil, que abremúse no par de orifícios do clitelo. Fazem parte também do aparelho reprodutor feminino os 3 pares de receptáculos seminais, que se abrem nos segmentos de números 6, 7 e 8.
O aparelho reprodutor masculino é composto por 2 pares de testículos, cada par situado nos segmentos de números 10 e 15. Próximo a cada testículo existe um funil espermático. Os dois funis espermáticos de cada lado unem-se, formando dois ducos deferentes cada um deles, desembocando no poro genital masculino do 18 metâmero. Cada testículo com seu respectivo funil espermático esta  contido no interior de uma vesícula seminal. Existe também um par de glândulas prostáticas que desembocam, cada uma em um duto deferente.
Duas minhocas sexualmente maduras aproximam-se e unem suas superfícies ventrais, com suas extremidades anteriores opostas. 0 orifício genital masculino de uma fica em contato com os orifícios dos receptáculos seminais da outra e vice-versa. Cada um dos copulantes elimina seus espermatozóides nos receptáculos seminais do outro, onde ficam armazenados. Ocorre, então, a separação; cada minhoca carrega, agora, os espermatozóides da outra. Os óvulos amadurecem nos ovários e passam para o oviduto e são eliminados, através dos poros genitais femininos, em um casulo, que foi secretado pelo clitelo. 0 casulo, que é um tubo que envolve a região clitelar, desloca-se para a extremidade anterior do animal. Quando passa pelos poros dos receptáculos, os espermatozóides do parceiro são eliminados sobre os óvulos que são fecundados. O casulo continua deslizando, sai do corpo da minhoca e fecha-se nas extremidades. Mais tarde os ovos desenvolver-se-ão diretamente em minhocas jovens. Não há estágio larval.
Os vermes poliquetos, podem apresentar formas de reprodução diferentes da que foi descrita acima. Nereis é um poliqueto marinho que apresenta sexos separados. As gônadas deste animal não estão presentes durante toda a vida; aparecem somente na época da reprodução, originando-se do peritônio mesodérmico. Os óvulos e espermatozóides são eliminados na  água, onde ocorre a fecundação. O ovo desenvolve-se em uma forma larval ciliada, chamada trocófora. A partir desse estágio larval, forma-se um verme jovem. 

Bibliografia
Biologia Vol. 2 - Os seres vivos
Amabis, Martho e Mizuguchi
Biociência - Seres vivos, morfologia e Taxonomia

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Platelmintos e Nematelmintos


1 PLATELMINTOS
- Razão do nome: vermes achatados dorso-ventralmente.
- Triblásticos, acelomados, neuromiários, hiponeuros, protostômios (boca derivada do blastóporo).
- Habitat: aquático, terrestre e orgânico.
- Hermafroditas, em geral.
- Simetria bilateral.
- Tegumento: epitélio simples formando a epiderme; com cutícula protetora e glândula mucosas; planária com cílios ventrais para locomoção.
- Digestão: sistema digestório incompleto; digestão extra e intracelular; não há sistema digestório nos cestoda; o tubo digestivo forma uma cavidade gastrovascular.
- Sistema excretor pronefridiano com células-flama ou solenócitos; planárias com poros excretores dorsais.
- Sistema nervoso ganglionar ventral; início da cefalização; ocelos para fotorrecepção e aurículas quimiorreceptoras nas partes laterais da cabeça.
- Respiração: cutânea (vida livre) e anaeróbica (parasitos).
- Não há: sistema respiratório, sistema esquelético e sistema circulatório.
- Corpo da tênia: cabeça ou escólex, colo ou pescoço, corpo ou estróbilo.
- Estróbilo formado por anéis ou proglotes: jovens, maduros ou adultos e grávidos.
- Células que formam o corpo no colo.

Classes
a) Turbellaria: planária (vida livre); com cílios ventrais para locomoção.
b) Trematoda: endoparasitas, Schistosoma mansoni, Fasciola hepática.
c) CestodaTaenia sp ( endoparasitas – sem sistema digestório).

Doenças provocadas por platelmintos


2 NEMATELMINTOS
- Vermes de corpo cilíndrico, filiforme e de tamanho variado.
- Triblásticos, pseudocelomados, protostômios, simetria bilateral, hiponeuros.
- Vida livre (maioria) e parasitos de plantas e animais.
- Importância: há muitos representantes de interesse médico.
- Tegumento: epitélio simples de natureza sincicial; com cutícula protetora acelular; epiderme faz quatro invaginações, dividindo o corpo em quatro quadrantes; forma uma entrada dorsal e outra ventral, mais duas laterais que constituem as linhas laterais.
- Digestão: sistema digestório completo: boca, faringe ou esôfago, intestino e ânus.
- Respiração: cutânea (difusão através da pele)  nos de vida livre e anaeróbica facultativa nos de vida livre.
- Excreção: simples nos de vida livre (célula em “renete”) e dupla nos parasitos: uma célula alongada formando dois canais excretores longitudinais (correm ao longo das linhas laterais) e um canal transversal anterior com o poro excretor mediano anterior.
- Circulação: não há sistema circulatório; o transporte é realizado através do pseudoceloma.
- Sustentação e locomoção: uma camada de fibras musculares longitudinais; esqueleto hidrostático (líquidos do pseudoceloma); meromiários – 3 ou 4 fibras musculares por quadrante; polimiários -  muitas fibras musculares por quadrante; holomiários– revestimento contínuo de células musculares; não há reentrâncias da epiderme.
- Sistema nervoso: um anel nervoso perifaringeano ou periesofageano;  6 cordões nervosos anteriores; 6 a 8 cordões nervosos posteriores.
- Órgãos dos sentidos: papilas bucais e cerdas (percepção mecânica); anfídeos e fasmídeos (percepção química).
- Reprodução: dióicos (maioria); acentuado dimorfismo sexual.
- Macho: menor, termina numa curva, com órgãos acessórios da cópula (espículas quitinosas, glândulas de cemento e bolsa copulatória).
- Fêmea: maior, termina em ponta reta.
- Fecundação cruzada e interna, com desenvolvimento indireto.
- Não há nos nematoda e nos platelmintos: sistema circulatório, sistema respiratório e sistema esquelético.

Doenças provocadas por nematelmintos

Catapora

A Catapora, também chamada de varicela, é uma doença muito contagiosa, na maioria das vezes branda e autolimitada, mas que pode se tornar potencialmente grave pelas complicações.
Ocorre predominantemente na infância, em geral, entre 2 e 8 anos de idade; raramente acomete o recém-nascido. Embora casos da doença ocorram esporadicamente durante todo o ano, a maior incidência se dá no final do inverno e início da primavera.
É causada pelo vírus Herpesvirus varicellae e é transmitida através do contato direto, pelas gotículas de saliva ou secreção das feridas, podendo ser também transmitida da mãe para o feto durante a gravidez.
Na criança, o primeiro sinal da doença costuma ser as lesões na pele, caracterizadas por pequenas bolhas vermelhas que se transformam rapidamente em pequenas bolhas claras ovais tipo "gota-de-orvalho", cujo conteúdo se turva em torno de 24 horas e se rompem dando lugar a crostas, mais conhecidas pelas crianças como "casquinhas". As lesões, amplamente espalhadas, continuam a aparecer em grupos por 3 a 5 dias, a partir do tronco e espalham-se para a face e couro cabeludo. No auge da doença, a erupção apresenta lesões em vários estágios. O envolvimento da mucosa oral e genital é freqüente. As crostas permanecem por 5 a 7 dias e depois caem deixando uma mancha branca que não é permanente. Sintomas como febre, mal-estar ou falta de apetite podem preceder as lesões na pele em cerca de 24 horas.
Existem ainda outras modalidades da varicela, como a varicela hemorrágica que acomete o paciente imunodeprimido e a varicela congênita.
Dentre as complicações, encontram-se as infecções bacterianas de pele, pneumonia e outras mais raras, como infecção do sistema nervoso, dos rins, coração, articulações e complicações hematológicas. Uma grave complicação, chamada de Síndrome de Reye (degeneração aguda do fígado e grave infecção do sistema nervoso) é descrita em crianças com catapora que usaram ácido acetilsalicílico (AAS e aspirina), portanto esse medicamento não deve, de forma alguma, ser usado por crianças com catapora.
O período de contágio ocorre desde o dia de aparecimento das primeiras lesões na pele até que todas elas tenham se transformado em crostas.
Não existe um tratamento específico para a catapora, o tratamento é sintomático, ou seja, devem ser tomadas medidas para amenizar os sintomas e evitar complicações, como manter a pele limpa e as unhas aparadas para evitar as infecções secundárias de pele pelo traumatismo.
A imunização passiva através do uso de "soro" (globulinas) para as pessoas que entraram em contato com crianças contaminadas está indicada nos casos de imunodeprimido e gestante que nunca tenha tido catapora; no recém-nascido cuja mãe tenha tido catapora 5 dias antes do parto ou até 48 horas após o parto; no recém-nascido prematuro cuja mãe nunca tenha tido catapora; e no prematuro menor de 28 semanas independente da mãe ter tido ou não catapora.
A prevenção pode ser realizada através da vacina antivaricela aplicada a partir de 12 meses de idade.

sábado, 17 de setembro de 2011

Dengue


A dengue é uma doença que está presente em regiões tropicais e subtropicais e que tem por transmissor o mosquito Aedes aegypti, que carrega dentro de si o vírus causador da doença.
Ele alimenta-se de sangue e, ao picar uma pessoa, transmite para ela o vírus, deixando-a doente. O Aedes aegypti é menor que um pernilongo, é escuro e rajado de branco, pica as pessoas durante o dia e se desenvolve em água parada e limpa.
Importante ressaltar que a dengue não é uma doença transmitida de pessoa para pessoa, somente o mosquito é o responsável pela sua transmissão, daí a razão de não deixá-lo nascer.
Como? Não acumulando água parada. Para isso, se você tem plantas em casa, coloque areia no fundo dos pratos, desfaça-se de pneus velhos, latarias, garrafas e outros objetos que possam armazenar água, mantenha fechada a tampa do vaso sanitário, e, é claro, de tampões de caixas d’água ou de outros reservatórios. Essas são algumas medidas para que o mosquito da dengue não se reproduza.
A dengue parece com uma gripe, mas, se não for tratada, pode matar. Os principais sintomas são febre alta, dores de cabeça, nos olhos, nos músculos e nas juntas, manchas avermelhadas, falta de apetite, fraqueza e, em alguns casos, sangramento da gengiva e do nariz.
Se você tiver sintomas parecidos com os descritos aqui, procure imediatamente um médico. Se comprovada a doença, é preciso repousar, beber muito líquido e só usar medicamento para aliviar as dores e a febre. Mas atenção! Apesar de os sintomas serem parecidos com os da gripe, não use medicamentos à base do ácido acetil salicílico.

Ecologia


Ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e o meio em que habitam. A palavra Ecologia vem do grego: eco é igual a oikos e significa casa, e logia quer dizer estudo. Assim, Ecologia é o estudo dos ambientes que existem na natureza. A Ecologia é constituída de níveis de organização. São eles:
População: esse termo é utilizado originalmente para referir-se a um grupo de pessoas. Em Ecologia, ele significa um grupo de indivíduos da mesma espécie, habitando uma determinada área. Assim, falamos em populações de pardais, de formigas, e assim por diante.
Comunidade: o conjunto de populações de uma determinada área forma uma comunidade. Todas as populações de animais e plantas que vivem em um bosque, por exemplo, constituem uma comunidade.
Ecossistema: uma comunidade e o ambiente físico onde ela vive formam um ecossistema. Ele envolve as relações existentes entre os animais, as plantas, o ar, a água, a temperatura e tudo o mais que existe em um certo ambiente. Existem ecossistemas pequenos, como um pequeno lago que enfeita um jardim; já as lagoas, rios, campos e florestas são grandes ecossistemas.
Biosfera: a parte da Terra ocupada pelos seres vivos é a biosfera. Ela representa o conjunto de todos os ecossistemas.
Agora que você aprendeu sobre os níveis de organização, saiba que cada espécie apresenta uma determinada distribuição geográfica, vive em um habitat específico, no qual ocupa um certo nicho ecológico. A paca é um roedor que ocupa uma distribuição geográfica que vai desde a América Central até a América do Sul. Ela mora nos campos de capim, que é o seu habitat, e vive comendo raízes, que é o seu nicho. Habitat, portanto, é o seu endereço, enquanto nicho é a sua “profissão”.
Para que tudo isso fique equilibrado, é preciso que o homem preserve os ecossistemas. Por isso é muito importante conhecer as noções básicas da Ecologia, como saber de que forma os seres vivos interagem com o meio ambiente, conhecendo a função de cada um deles no ecossistema.
Por fim, é importante salientar que o ecossistema pode muito bem viver sem o homem, mas o homem não pode viver sem ele.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

REFÍCMA - CURSO PRÉ-VESTIBULAR

A Genética no ENEM

Um dos temas que mais assustam os alunos na biologia é sem sombra de dúvida a genética. Com os seus Aa pra lá e aa pra cá causam arrepios mesmo nos mais destemidos estudantes.

Sendo assim, resolvi fazer uma análise a fundo, nas questões de genética do ENEM dos últimos doze anos. Após este exame detalhado só tenho uma coisa para dizer: Genética no ENEM é muito tranquila.

De qualquer forma é importante saber o que a galera da prova, que quando não vaza é roubada, gosta de perguntar.

Na maior parte das vezes as questões abordam o DNA e a sua estrutura. Neste aspecto, destaco a importância do estudo deste assunto, principalmente os pareamentos das bases nitrogenadas (Adenina com Timina e Citosina com Guanina) e a forma dupla-hélice do DNA.

Outro tema que é uma verdadeira paixão do ENEM são os genes e o mecanismo de síntese proteica.  Ter domínio de termos como transcrição, tradução, códon e anticódon é a garantia de estar pronto para a questão de genética. O ENEM quer saber se o aluno sabe a relação entre gene e proteína. E você, aluno aguerrido que é, não vai bobear com isso, vai?

Com relação à genética mendeliana, o que pode cair neste ano são os fundamentos básicos da genética. Por isso, vale revisar termos como genótipo, fenótipo, retro cruzamento, genes dominantes, recessivos...

Caso o ENEM queira complicar um pouco, trará uma questão básica de 1ª lei de Mendel envolvendo probabilidades. Algo do tipo: Qual a probabilidade de um casal albino ter duas meninas com o mesmo fenótipo?

E a genética moderna Jubilut, cai alguma coisa? Bom, neste tópico sugiro muita atenção nos transgênicos, além dos assuntos relacionados à clonagem. Os dois temas são campeões absolutos em número de aparições no ENEM, principalmente o primeiro. Estudem sobretudo como se faz um organismo transgênico e um clone. Neste último, muito cuidado com a clonagem terapêutica.

Em resumo, o estudo dos temas DNA, síntese proteica, 1ª lei de Mendel e seus conceitos básicos, além de clonagem e transgenia garante que a questão de genética não seja um problema para você no ENEM.


Escrito por Prof. Paulo Jubilut em 15/08/2011.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

REVISÕES DE BIOLOGIA - 3ª SÉRIE / E.M.


3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO


2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO


ACIDENTES COM ARTRÓPODES PEÇONHENTOS

Acidentes por escorpião

Os escorpiões de importância médica estão distribuídos em todo o país, causam dor no local da picada, com boa evolução na maioria dos casos, porém crianças podem apresentar manifestações graves decorrentes do envenenamento.

Em caso de acidente, recomenda-se fazer compressas mornas e analgésicos para alívio da dor até chegar a um serviço de saúde para as medidas necessárias e avaliar a necessidade ou não de soro.

Acidentes por aranhas

São três os gêneros de aranhas de importância médica no Brasil:

Loxosceles ("aranha-marrom"): é importante causa de acidentes na região Sul. A aranha provoca acidentes quando comprimida; deste modo, é comum o acidente ocorrer enquanto o individuo está dormindo ou se vestindo, sendo o tronco, abdome, coxa e braço os locais de picada mais comuns.

Phoneutria
 ("armadeira", "aranha-da-banana", "aranha-macaca"): a maioria dos acidentes é registrada na região Sudeste, principalmente nos meses de abril e maio. É bastante comum o acidente ocorrer no momento em que o indivíduo vai calçar o sapato ou a bota.

Latrodectus ("viúva-negra"): encontradas predominantemente no litoral nordestino, causam acidentes leves e moderados com dor local acompanhada de contrações musculares, agitação e sudorese.

As aranhas caranguejeiras e as tarântulas, apesar de muito comuns, não causam envenenamento. As que fazem teia áreas geométricas, muitas encontradas dentro das casas, também não oferecem perigo.

Acidentes por taturanas ou lagartas

As taturanas ou lagartas que podem causar acidentes são formas larvais de mariposas que possuem cerdas pontiagudas contendo as glândulas do veneno. É comum o acidente ocorrer quando a pessoa encosta a mão nas árvores onde habitam as lagartas.

O acidente é relativamente benigno na grande maioria dos casos. O contato leva a dor em queimação local, com inchaço e vermelhidão discretos. Somente o gênero Lonomia pode causar envenenamento com hemorragias à distância e complicações como insuficiência renal.

Soros

Os soros antipeçonhentos são produzidos no Brasil pelo Instituto Butantan (São Paulo)Fundação Ezequiel Dias (Minas Gerais) e Instituto Vital Brazil (Rio de Janeiro). Toda a produção é comprada pelo Ministério da Saúde que distribui para todo o país, por meio dasSecretarias de Estado de Saúde. Assim, o soro está disponível em serviços de saúde e é oferecido gratuitamente aos acidentados. 



INSTITUTO BUTANTAN 

1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO


O Sistema ABO

No caso dos grupos sanguíneos humanos ABO sabemos que as hemácias possuem dois tipos de antígenos, chamados de aglutinogênios, A e B; e o plasma pode conter dois anticorpos (aglutininas), anti-A e anti-B. Então existem quatro grupos sanguíneos para este sistema: ABAB e O.
Os indivíduos A possuem os antígenos A e os anticorpos Anti-B.
Os indivíduos B possuem os antígenos B e os anticorpos Anti-A.
Os indivíduos AB possuem ambos os antígenos, A e B; e nenhum anticorpo.
Os indivíduos O, não possuem nenhuma antígeno e possuem os dois anticorpos, anti-A e Anti-B.

Então:

Os indivíduos A, cujas hemácias apresentam antígenos (aglutinogênios) A, apresentam anticorpos (aglutininas) anti-B em seu plasma. Esses indivíduos, quando da doação, só poderão receber sangue do tipo A.
Se o sangue doado for do tipo B, ou AB isso vai provocar uma reação imunológica, no indivíduo A e seus anticorpos anti-B, vão tentar neutralizar as hemácias B do doador, provocando aglutinação das mesmas e podendo levar a morte do indivíduo.
Os indivíduos B, tem anticorpos anti-A em seu soro. Eles só poderão receber sangue do mesmo tipo, no caso, B: pois se receberem sangue do tipo A ou AB, seus anticorpos anti-A, provocarão uma reação imune, podendo levar a morte.
Os indivíduos AB, possuem os antígenos A e B, mas não possuem nenhum anticorpo. Tais indivíduos podem receber qualquer tipo sangüíneo, porém não podem doar nem para os indivíduos A e nem para os indivíduos B, já que qualquer um de seus antígenos provocaria reações dos anticorpos destes indivíduos.

Os indivíduos O, como não possuem nenhum antígeno poderão doar sangue para qualquer indivíduo (AB ou AB). Isto quer dizer que quando qualquer indivíduo recebe sangue do tipo O, ele não vai "constatar" a presença de proteínas estranhas (já queO não tem antígeno) e, portanto, não vai produzir anticorpos e nem reação imune. É isso que faz os indivíduos O doadores de sangue universais. Por outro lado como tais indivíduoas possuem os anticorpos anti-A e anti-B, eles não poderão receber sangue de ninguém a não ser de indivíduos O, ou seja, do seu próprio tipo.


O sistema ABO apresenta herança que é determinada por uma série de três alelos múltiplos: IAIB, i
indivíduos do tipo A apresentam genótipo IAIA ou IAi
indivíduos do tipo B apresentam genótipo IBIB ou IBi
indivíduos do tipo AB apresentam genótipo IAIB
indivíduos do tipo O apresentam genótipo ii
O Fator Rh


Quanto ao Rh este é um fator que foi primeiramente descoberto no macaco Rhesus, cujo sangue, quando injetado em coelhos, provocava a formação de anticorpos anti-Rh, aglutinando o sangue destes. Posteriormente descobriu-se que numa certa porcentagem de humanos (mais ou menos em 85% dos brancos) havia a presença destes antígenos, nas hemácias. Denominou-se tais indivíduos de Rh+; os demais, que não apresentavam estes antígenos nas suas hemácias foram denominados deRh-. Sabemos que o fator Rh é um caráter mendeliano dominante. Assim, indivíduosRh+ tem genótipo RR (homozigoto) ou Rr (heterozigoto dominante); e indivíduos Rh-tem genótipo rr (recessivo). Se um indivíduo Rh- recebe sangue de um indivíduoRh+, ele produz anticorpos anti-Rh e não mostra, de início, reação mais séria. Em posteriores transfusões, porém, as reações poderão ser mais sérias a ponto de levar a morte.
Um fenômeno importante relacionado ao fator Rh é a chamada eritrosblastose fetal. Assim podemos ter a seguinte situação:Uma mulher Rh- (rr) casa-se com um homem Rh+ (RR, por exemplo). O seu primeiro filho vai ser Rh+ (Rr), já que se trata de herança mendeliana dominante. Durante a gravidez deste primeiro filho, pode ocorrer que, dada a transfusão de sangue do feto para a mãe, feita de maneira natural através da placenta, esta se torne imunizada pelo sangue do feto Rh+. Assim o sangue da mãe formará anticorpos (aglutininas) anti-Rh em seu sangue, sem maiores consequências para ela. Todavia durante uma segunda gravidez, o sangue da mãe, que já possui os anticorpos (as aglutininas anti-Rh), poderão passar através da placenta para o sangue do feto Rh+, podendo provocar a hemólise das hemácias do feto, levando-o a morte.

BIOLOGIA

Simbolo da Biologia

Biologia é a ciência responsável pelo estudo da vida: desde o seu surgimento, composição e constituição; até mesmo à sua história evolutiva, aspectos comportamentais e relação com outros organismos e com o ambiente.
Assim, a Biologia tem como objeto de estudo os seres vivos. Tais organismos se diferenciam dos demais por serem constituídos, predominantemente, de moléculas de carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio; e por apresentarem constituição celular, necessidade de se nutrirem, capacidade reprodutiva e de reação a estímulos.
Os seres vivos são classificados em grupos menores, de acordo com suas características principais. No sistema de cinco reinos, um dos mais amplamente utilizados, eles são divididos assim:
• Reino Monera, que abriga indivíduos unicelulares, procarióticos. No sistema de oito reinos, seus representantes estão divididos no Reino Archaea e Reino Bacteria.
• Reino Protoctista, que reúne os protozoários e algas unicelulares. No sistema de oito reinos, seus representantes estão divididos nos Reinos Archezoa, Protista e Chromista.
• Reino Plantae, que abriga as plantas: organismos multicelulares fotossintetizantes.
• Reino Fungi, que abriga organismos unicelulares ou filamentosos, e heterotróficos.
• Reino Animalia, que abriga organismos multicelulares e heterotróficos.

Para estudar os diversos aspectos inerentes aos seres vivos, de forma mais detalhada, a Biologia é subdividida em algumas áreas, tais como:

• Biologia Celular (antiga citologia): estuda os aspectos relacionados às células, tais como sua estrutura e funcionamento;
• Histologia: estudo dos tecidos que constituem os seres vivos.
• Anatomia: estudo dos órgãos e sistemas dos seres vivos.
• Botânica: estudo das plantas.
• Zoologia: estudo dos animais.
• Micologia: estudo dos fungos.
• Microbiologia: estudo dos micro-organismos.
• Ecologia: estudo das relações dos seres vivos entre si e com seu ambiente.
• Evolução: estuda o surgimento de novas espécies.
• Genética: estudo dos aspectos inerentes à hereditariedade.

Por Arlito S. de Oliveira Júnior
Professor de Biologia 
Colégio Dom Bosco